A doutrina do Espírito Santo, a julgar pelo lugar que ocupa
nas Escrituras, está em primeiro lugar entre as verdades
redentoras.
Com exceção das Epístolas 2 e 3 de João, todos os livros do
Novo Testamento contêm referências à obra do Espírito; todos
os Evangelhos começam com uma promessa do derramamento do
Espírito Santo.
No entanto, é reconhecida como a doutrina mais
negligenciada. O formalismo e um medo indevido do fanatismo têm
produzido uma reação contra a ênfase na obra do Espírito na
experiência pessoal.
Naturalmente, este fato resultou em decadência espiritual,
pois não pode haver um Cristianismo vivo sem o Espírito. Somente
ele pode fazer real o que a obra de Cristo possibilitou.
Inácio, grande pastor da igreja primitiva, disse : A graça do Espírito
põe a maquinaria da redenção em conexão vital com a alma. Parte
do Espírito, a cruz permanece inerte, uma imensa máquina
parada, e em volta dela permanecem imóveis as pedras do edifício.
Somente quando se colocar a "corda" é que se poderá proceder à
obra de elevar a vida do indivíduo, pela fé, e pelo amor, para
alcançar o lugar preparado para ela na igreja de Deus.
I. A NATUREZA DO ESPÍRITO SANTO.
Quem é o Espírito Santo ?
A resposta a esta
pergunta encontrar-se-á no estudo dos nomes que lhe foram
dados, os símbolos que ilustram suas obras.
1. Os nomes do Espírito Santo.
(a) Espírito de Deus.
O Espírito é o executivo da
Divindade, operando tanto na esfera física como na moral. Por
intermédio do Espírito, Deus criou e preserva o universo. Por meio do Espírito — "o dedo de Deus" (Luc. 11:20) — Deus opera na
esfera espiritual, convertendo os pecadores, santificando e
sustentando os crentes.
1) É o Espírito Santo divino no sentido absoluto ?
Sim. Prova-se sua divindade pelos seguintes fatos :
Atributos divinos lhe
são aplicados; Ele é eterno, onipresente, onipotente, e
onisciente (Heb. 9:14; Sal. 139:7-10; Luc. 1:35; 1 Cor. 2:10,11).
Obras divinas lhe são atribuídas, como sejam : Criação, regeneração
e ressurreição (Gen. 1:2; Jo 33:4; João 3:5-8; Rom. 8:11).
É classificado junto com o Pai e o Filho (1 Cor. 12:4-6; 2 Cor.
13:13; Mat. 28:19; Apoc. 1:4).
2) O Espírito Santo é uma pessoa ou é apenas uma
influência ?
Muitas vezes descreve-se o Espírito duma
maneira impessoal — como o Sopro que preenche, a Unção que
unge, e o Fogo que ilumina e aquece, a Água que é derramada e o
Dom do qual todos participam. Contudo, esses nomes são
meramente descrições das suas operações. Descreve-se o Espírito
duma maneira que não deixa dúvida quanto à sua personalidade.
Ele exerce os atributos de personalidade :
Mente (Rom. 8:27); Vontade (1 Cor. 12:11); Sentimento (Efés 4:30).
Atividades pessoais
lhe são atribuídas :
Ele revela (2 Ped. 1:21); Ensina (João 14:26); Clama (Gál. 4:6); Intercede (Rom. 8:26); Fala (Apo. 2:7); Ordena (Atos
16:6,7); Testifica (João 15:26).
Ele pode ser entristecido (Efés.
4:30); Contra ele se pode mentir (Atos 5:3), e blasfemar (Mat.
12:31,32). Sua personalidade é indicada pelo fato de que se
manifestou em forma visível de pomba (Mat. 3:16) e pelo fato de
que ele se distingue dos seus dons (1 Cor. 12:11).
Alguns talvez
tenham negado a personalidade do Espírito porque ele é descrito
como tendo corpo ou forma. Mas é preciso distinguir a
personalidade e a forma corpórea (possuir corpo). A personalidade
é aquilo que possui inteligência, sentimento e vontade; ela não
requer necessariamente um corpo. Além disso, a falta duma forma
definida não é argumento contra a realidade. O vento é real apesar
de não possuir forma. (João 3:8.) Não é difícil formar um conceito
de Deus Pai ou do Senhor Jesus Cristo, mas alguns têm
confessado certa dificuldade em formar um conceito claro do
Espírito Santo. A razão é dupla :
Primeiro, nas Escrituras as
operações do Espírito são invisíveis, secretas, e internas
Segundo,
o Espírito Santo nunca fala de si mesmo nem apresenta a si
mesmo. Ele sempre vem em nome de outro. Ele se oculta atrás do Senhor Jesus Cristo e nas profundezas do nosso homem interior.
Ele nunca chama a atenção para si próprio, mas sempre para a
vontade de Deus e para a obra salvadora de Cristo. "não falar de si
mesmo" (João 16:13).
3) É o Espírito Santo uma personalidade distinta e separada
de Deus ?
Sim; o Espírito procede de Deus, é enviado de Deus, é
dom de Deus aos homens. No entanto, o Espírito não é
independente de Deus. Ele sempre representa o único Deus
operando nas esferas do pensamento, da vontade, da atividade. O
fato de o Espírito poder ser um com Deus e ao mesmo tempo ser
distinto de Deus é parte do grande mistério da Trindade.
(b) Espírito de Cristo.
(Rom. 8:9.) não há nenhuma
distinção especial entre as expressões Espírito de Deus, Espírito
de Cristo, e Espírito Santo. Há somente um Espírito Santo, da
mesma maneira como há somente um Deus e um Filho. Mas o
Espírito Santo tem muitos nomes que descrevem seus diversos
ministérios.
Por que o Espírito é chamado o Espírito de Cristo ?
1) Porque ele é enviado em nome de Cristo (João 14:26).
2) Porque ele é o Espírito enviado por Cristo. O Espírito é o
princípio da vida espiritual pelo qual os homens são nascidos no
reino de Deus. Essa nova vida é comunicada e mantida por Cristo
(João 1:12,13; 4:10; 7:38), que também batiza com o Espírito
Santo (Mat. 3:11).
3) O Espírito Santo é chamado Espírito de
Cristo porque sua missão especial nesta época é a de glorificar a
Cristo (João 16:14). Sua obra especial acha-se em conexão com
aquele que viveu, morreu, ressuscitou e ascendeu ao céu. Ele
torna real nos crentes o que Cristo fez por eles.
4) O Cristo glorificado está presente na igreja e nos crentes
pelo Espírito Santo. Ouve-se sempre que o Espírito veio tomar o
lugar de Cristo, mas é mais correto dizer que ele veio tornar real a
Cristo. O Espírito Santo torna possível e real a onipresença de
Cristo no mundo (Mat. 18:20) e sua habitação nos crentes. A
conexão entre Cristo e o Espírito é tão íntima, que se diz que tanto
Cristo como também o Espírito habitam no crente (Gal. 2:20; Rom.
8:9,10); e o crente está tanto "em Cristo" como "no Espírito".
Graças ao Espírito Santo, a vida de Cristo torna-se a nossa vida
em Cristo.
(c) O Consolador.
Esse é o título dado ao Espírito
no Evangelho de João, capítulos 14 a 17.
Um estudo de fundo
histórico destes capítulos revelará o significado do dom. Os
discípulos haviam tomado sua última ceia com o Mestre. Os seus
corações estavam tristes pensando na sua partida, e estavam
oprimidos pelo sentimento de fraqueza e debilidade.
Quem nos
ajudará quando ele partir ?
Quem nos ensinará e nos guiará ?
Quem estará conosco quando pregarmos e ensinarmos ?
Como
poderemos enfrentar um mundo hostil ?
Cristo aquietou esses
temores infundados com esta promessa :
"Eu rogarei ao Pai, e ele
vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre"
(João 14:16).
A palavra "Consolador" ("parácleto", no grego)
significa alguém chamado para ficar ao lado de outrem, com o
propósito de ajudá-lo em qualquer eventualidade, especialmente
em processos legais e criminais.
Era costume nos tribunais antigos, as partes aparecerem no tribunal assistidas por um ou mais dos seus amigos mais prestigiosos, que no grego chamavam, "parácleto", e em latim, "advocatus". Estes assistiam seus amigos, não pela recompensa ou remuneração, mas por amor e consideração; a vantagem da sua presença pessoal era a ajuda dos seus sábios conselhos. Eles orientavam seus amigos quanto ao que deviam dizer e fazer; falavam por eles; representavam-nos, faziam da causa de seus amigos sua própria causa; amparavam-nos nas provas, dificuldades, e perigos da situação.
Foi essa também a relação do Senhor Jesus com seus discípulos durante seu ministério na terra, e naturalmente eles sentiam tristeza ao pensarem na sua partida. Mas ele os consolou com a promessa de outro Consolador que seria seu defensor, seu ajudador e instrutor durante a sua ausência.
Era costume nos tribunais antigos, as partes aparecerem no tribunal assistidas por um ou mais dos seus amigos mais prestigiosos, que no grego chamavam, "parácleto", e em latim, "advocatus". Estes assistiam seus amigos, não pela recompensa ou remuneração, mas por amor e consideração; a vantagem da sua presença pessoal era a ajuda dos seus sábios conselhos. Eles orientavam seus amigos quanto ao que deviam dizer e fazer; falavam por eles; representavam-nos, faziam da causa de seus amigos sua própria causa; amparavam-nos nas provas, dificuldades, e perigos da situação.
Foi essa também a relação do Senhor Jesus com seus discípulos durante seu ministério na terra, e naturalmente eles sentiam tristeza ao pensarem na sua partida. Mas ele os consolou com a promessa de outro Consolador que seria seu defensor, seu ajudador e instrutor durante a sua ausência.
O Espírito Santo é chamado "outro"
Consolador porque seria ele, em forma invisível aos discípulos,
justamente o que Jesus lhes havia sido em forma visível.
A palavra "outro" faz distinção entre o Espírito Santo e Jesus; no entanto, coloca-os no mesmo nível.
Jesus enviou o Espírito; mas, Jesus vem espiritualmente a seus discípulos pelo Espírito.
O Espírito Santo é o sucessor de Cristo como também a sua Presença.
O Espírito Santo torna possível e real a presença continua de Cristo na igreja.
É ele quem faz com que a pessoa de Cristo habite nos crentes de maneira que possam dizer como Paulo :
"Cristo vive em mim." Por conseguinte, é a vida de Cristo, sua natureza, seus sentimentos e suas virtudes que o Espírito comunica aos crentes.
É segundo a semelhança de Cristo que ele os transforma, segundo o modelo que Cristo nos deixara.
Sem Cristo o Espírito não tem nada a produzir no coração do crente. Se eliminasse a Cristo e sua Palavra, seria como remover do estúdio do fotógrafo a pessoa a ser fotografada, cujas feições a luz não fixaria na chapa, por estar a pessoa ausente.
A vinda do Consolador não significa que Cristo cessasse de ser Ajudador e Advogado do seu povo. João nos informa que ele ainda desempenha esse oficio (1 João 2:1).
Cristo, cuja esfera de ação é no céu, defende os discípulos contra as acusações do "acusador dos irmãos". Ao mesmo tempo o Espírito, cuja esfera de ação é na terra, faz calar os adversários da igreja pela vitória da fé que vence o mundo.
Assim como Cristo é Parácleto no céu, assim o Espírito é Parácleto na terra.
O Cristo glorificado não somente envia o Espírito mas também se manifesta por meio do Espírito.
Na carne ele podia estar somente em um lugar de cada vez; na sua vida glorificada ele é onipresente pelo Espírito.
Durante sua vida terrestre, não habitava no interior dos homens; pelo Espírito ele pode habitar na profundidade de suas almas.
Certo escritor esclareceu essa verdade da seguinte maneira :
Se ele tivesse permanecido na terra em sua vida física, ele teria sido somente um exemplo a ser copiado; mas, desde que subiu a seu Pai e enviou o seu Espírito, então ele representa uma vida a ser vivida. Se tivesse permanecido visível e tangível conosco, sua relação para conosco seria meramente como o modelo é para o artista que esculpe o mármore, mas não seria como a ideia e a inspiração que produzem a verdadeira obra de arte. Se tivesse permanecido na terra, ele teria sido o objeto de prolongada observação de estudo cientifico, e sempre teria estado fora de nós, externo para nós : uma voz externa, uma vida externa, um exemplo externo... mas graças a seu Espírito, agora ele pode viver em nós como a verdadeira Alma da nossa alma, o verdadeiro Espírito do nosso espírito, a Verdade da nossa mente, o Amor do nosso coração, e o Desejo da nossa Vontade.
Se a atuação do Espírito é comunicar a obra do Filho, que vantagem haveria na partida de um a fim de fazer possível a vinda do outro ?
Resposta : Não é o Cristo terreno que o Espírito comunica, mas o Cristo celestial — o Cristo reinvestido de seu poder eterno, revestido de gloria celestial.
O Dr. A. J. Gordon empregou a seguinte ilustração :
É como se um pai, cujo parente tivesse falecido, dissesse a seus filhos : "Somos pobres, mas tornei-me herdeiro de um parente rico. Se vocês estão dispostos a me deixarem ausentar de casa a fim de ir além-mar para receber a herança, enviarei a vocês mil vezes mais do que poderia dar se permanecesse com vocês.
A vida de Cristo na terra representa os dias de sua pobreza (2 Cor. 8:9) e humilhação; na cruz ele ganhou as riquezas de sua graça (Efés 1:7); no trono assegurou as riquezas da sua gloria. (Efés. 3:16).
Depois da sua ascensão ao Pai, ele enviou o Espírito para comunicar as riquezas da sua herança.
Pela sua ascensão, Cristo teria mais para oferecer, e a igreja teria mais para receber. (João 16:12; 14:12.)
"O rio da vida disporá de mais força em razão da fonte mais elevada da qual procede."
O consolador ensina somente as coisas de Cristo, no entanto, ensina mais do que Cristo ensinou.
Até a Crucificação, a Ressurreição e a Ascensão, o conjunto da doutrina cristã ainda estava incompleto e, portanto, não poderia ser plenamente comunicado aos discípulos de Cristo.
Em João 16:12,13, é como se Jesus dissesse :
"Tenho-vos encaminhado um pouco no conhecimento da minha doutrina; ele vos conduzirá até ao fim do caminho."
A ascensão teve por finalidade trazer maior comunicação da verdade como também maior comunicação de poder.
A palavra "outro" faz distinção entre o Espírito Santo e Jesus; no entanto, coloca-os no mesmo nível.
Jesus enviou o Espírito; mas, Jesus vem espiritualmente a seus discípulos pelo Espírito.
O Espírito Santo é o sucessor de Cristo como também a sua Presença.
O Espírito Santo torna possível e real a presença continua de Cristo na igreja.
É ele quem faz com que a pessoa de Cristo habite nos crentes de maneira que possam dizer como Paulo :
"Cristo vive em mim." Por conseguinte, é a vida de Cristo, sua natureza, seus sentimentos e suas virtudes que o Espírito comunica aos crentes.
É segundo a semelhança de Cristo que ele os transforma, segundo o modelo que Cristo nos deixara.
Sem Cristo o Espírito não tem nada a produzir no coração do crente. Se eliminasse a Cristo e sua Palavra, seria como remover do estúdio do fotógrafo a pessoa a ser fotografada, cujas feições a luz não fixaria na chapa, por estar a pessoa ausente.
A vinda do Consolador não significa que Cristo cessasse de ser Ajudador e Advogado do seu povo. João nos informa que ele ainda desempenha esse oficio (1 João 2:1).
Cristo, cuja esfera de ação é no céu, defende os discípulos contra as acusações do "acusador dos irmãos". Ao mesmo tempo o Espírito, cuja esfera de ação é na terra, faz calar os adversários da igreja pela vitória da fé que vence o mundo.
Assim como Cristo é Parácleto no céu, assim o Espírito é Parácleto na terra.
O Cristo glorificado não somente envia o Espírito mas também se manifesta por meio do Espírito.
Na carne ele podia estar somente em um lugar de cada vez; na sua vida glorificada ele é onipresente pelo Espírito.
Durante sua vida terrestre, não habitava no interior dos homens; pelo Espírito ele pode habitar na profundidade de suas almas.
Certo escritor esclareceu essa verdade da seguinte maneira :
Se ele tivesse permanecido na terra em sua vida física, ele teria sido somente um exemplo a ser copiado; mas, desde que subiu a seu Pai e enviou o seu Espírito, então ele representa uma vida a ser vivida. Se tivesse permanecido visível e tangível conosco, sua relação para conosco seria meramente como o modelo é para o artista que esculpe o mármore, mas não seria como a ideia e a inspiração que produzem a verdadeira obra de arte. Se tivesse permanecido na terra, ele teria sido o objeto de prolongada observação de estudo cientifico, e sempre teria estado fora de nós, externo para nós : uma voz externa, uma vida externa, um exemplo externo... mas graças a seu Espírito, agora ele pode viver em nós como a verdadeira Alma da nossa alma, o verdadeiro Espírito do nosso espírito, a Verdade da nossa mente, o Amor do nosso coração, e o Desejo da nossa Vontade.
Se a atuação do Espírito é comunicar a obra do Filho, que vantagem haveria na partida de um a fim de fazer possível a vinda do outro ?
Resposta : Não é o Cristo terreno que o Espírito comunica, mas o Cristo celestial — o Cristo reinvestido de seu poder eterno, revestido de gloria celestial.
O Dr. A. J. Gordon empregou a seguinte ilustração :
É como se um pai, cujo parente tivesse falecido, dissesse a seus filhos : "Somos pobres, mas tornei-me herdeiro de um parente rico. Se vocês estão dispostos a me deixarem ausentar de casa a fim de ir além-mar para receber a herança, enviarei a vocês mil vezes mais do que poderia dar se permanecesse com vocês.
A vida de Cristo na terra representa os dias de sua pobreza (2 Cor. 8:9) e humilhação; na cruz ele ganhou as riquezas de sua graça (Efés 1:7); no trono assegurou as riquezas da sua gloria. (Efés. 3:16).
Depois da sua ascensão ao Pai, ele enviou o Espírito para comunicar as riquezas da sua herança.
Pela sua ascensão, Cristo teria mais para oferecer, e a igreja teria mais para receber. (João 16:12; 14:12.)
"O rio da vida disporá de mais força em razão da fonte mais elevada da qual procede."
O consolador ensina somente as coisas de Cristo, no entanto, ensina mais do que Cristo ensinou.
Até a Crucificação, a Ressurreição e a Ascensão, o conjunto da doutrina cristã ainda estava incompleto e, portanto, não poderia ser plenamente comunicado aos discípulos de Cristo.
Em João 16:12,13, é como se Jesus dissesse :
"Tenho-vos encaminhado um pouco no conhecimento da minha doutrina; ele vos conduzirá até ao fim do caminho."
A ascensão teve por finalidade trazer maior comunicação da verdade como também maior comunicação de poder.
(d) Espírito Santo.
Ele é chamado santo, porque é o Espírito
do Santo, e porque sua obra principal é a santificação.
Necessitamos dum Salvador por duas razões: para fazer
alguma coisa por nós, e alguma coisa em nós. Jesus fez o primeiro
ao morrer por nós; e pelo Espírito Santo ele habita em
nós, transmitindo às nossas almas a sua vida divina. O Espírito
Santo veio para reorganizar a natureza do homem e para opor-se a
todas as suas tendências más.
(e) Espírito da promessa.
O Espírito Santo é chamado
assim porque sua graça e seu poder são umas das bênçãos
principais prometidas no Antigo Testamento. (Ezeq. 36:7; Joel
2:28.) A prerrogativa mais elevada de Cristo, ou o Messias, era a
de conceder o Espírito, e esta prerrogativa Jesus a reivindicou
quando disse: "Eis que sobre vos envio a promessa de meu Pai"
(Luc. 24:49; Gál. 3:14).
(f) Espírito da verdade.
O propósito da Encarnação foi
revelar o Pai; a missão do Consolador é revelar o Filho.
Ao contemplar-se um quadro a óleo, qualquer pessoa notará muita
beleza de cor e forma; mas para compreender o significado
intrínseco do quadro e apreciar o seu verdadeiro propósito
precisará de um intérprete experiente. O Espírito Santo é o
Intérprete de Jesus Cristo. Ele não oferece uma nova e diferente
revelação, mas abre as mentes dos homens para verem o mais
profundo significado da vida e das palavras de Cristo. Como o
Filho não falou de si mesmo, mas falou o que recebeu do
Pai, assim o Espírito não fala de si mesmo, como se fosse
fonte independente de conhecimento, mas declara o que ouviu
daquela vida íntima da Divindade.
(g) Espírito da graça.
(Heb. 10:29; Zac. 12:10.) O
Espírito Santo dá graça ao homem para que se arrependa, quando
peleja com ele; concede o poder para santificação, perseverança e
serviço. Aquele que trata com desdém ao Espírito da graça, afasta
o único que pode tocar ou comover o coração, e assim se separa a
si mesmo da misericórdia de Deus.
(h) Espírito da vida.
(Rom. 8:2; Apoc. 11:11.) Um credo
antigo dizia: "creio no Espírito Santo, o Senhor, e Doador da vida."
O Espírito é aquela Pessoa da Divindade cujo oficio especial é
a criação e a preservação da vida natural e espiritual.
(i) Espírito de adoção
(Rom. 8:15.) Quando a pessoa é salva,
não somente lhe é dado o nome de filho de Deus, e adotada na
família divina, mas também recebe "dentro de sua alma
o conhecimento de que participa da natureza divina. Assim escreve
o bispo Andrews: "Como Cristo é nossa testemunha no céu, assim
aqui na terra o Espírito testifica com o nosso espírito que somos
filhos de Deus"
2. Símbolos do espírito.
Alguém disse: "as palavras são veículos inadequados
para transmitir a verdade. Quando muito, apenas revelam a metade das profundidades do pensamento". Deus achou por bem
ilustrar com símbolos o que de outra maneira, devido à pobreza de
linguagem humana, nunca poderíamos saber. Os seguintes
símbolos são empregados para descrever as operações do Espírito
Santo :
(a) Fogo.
(Isa. 4:4; Mat. 3:11; Luc. 3:16.) O fogo ilustra a
limpeza, a purificação, a intrepidez ardente, e o zelo produzido pela
unção do Espírito. O Espírito é comparado ao fogo porque o fogo
aquece, ilumina, espalha-se e purifica. (Vide Jer. 20:9.)
(b) Vento.
(Ezeq. 37:7-10: João 3:8; Atos 2:2.) O vento
simboliza a obra regeneradora do Espírito e é indicativo da sua
misteriosa operação independente, penetrante, vivificante e
purificante.
(c) água.
(Êxo. 17:6; Ezeq. 36:25-27; 47:1; João 3:5; 4:14;
7:38, 39.) O Espírito é a fonte da água viva, a mais pura, e
a melhor, porque ele é um verdadeiro rio de vida — inundando
as nossas almas, e limpando a poeira do pecado. O poder do
Espírito opera no reino espiritual o que a água faz na ordem
material. A água purifica, refresca, sacia a sede, e torna frutífero o
estéril. Ela purifica o que está sujo e restaura a limpeza. É um
símbolo adequado da graça divina que não somente purifica a
alma mas também lhe acrescenta a beleza divina. A água é um
elemento indispensável na vida física; o Espírito Santo é um
elemento indispensável na vida espiritual. Qual é o significado da
expressão "água viva"? é viva em contraste com as águas fétidas de
cisternas e brejos: é água que salta, correndo sempre da sua fonte,
sempre evidenciando vida. Se essa água for detida num
reservatório, interrompida sua corrente, separada da sua fonte, já
não se pode dizer que é água viva. Os cristãos têm a "água viva" na
proporção em que estiverem em contato com a fonte divina em
Cristo.
(d) Selo.
(Efés. 1:13; 2 Tim. 2:19.) Essa ilustração exprime os
seguintes pensamentos :
1) Possessão.
A impressão dum selo dá a entender uma
relação com o dono do selo, e é um sinal seguro de algo que lhe
pertence. Os crentes são propriedade de Deus, e sabe-se que o são
pelo Espírito que neles habita. O seguinte costume era comum em
Éfeso no tempo de Paulo. Um negociante ia ao porto selecionar
certa madeira e então a marcava com seu selo — um sinal de
reconhecimento da possessão. Mais tarde mandava seu servo com
o selo, e ele trazia a madeira que tivesse a marca correspondente.
(Vide 2 Tim. 2: 19.)
2) A ideia de segurança também está incluída.
(Efés. 1:13.
Vide Apo. 7:3.) O Espírito inspira um sentimento de segurança
e certeza no coração do crente. (Rom. 8:16). Ele é o penhor ou
as primícias da nossa herança celestial, uma garantia da
glória vindoura. Os crentes têm sido selados, mas devem ter
cuidado que ao façam alguma coisa que destrua a impressão do
selo. (Efés. 4:30.)
(e) Azeite.
O azeite é, talvez, o mais comum e mais conhecido
símbolo do Espírito. Quando se usava o azeite no ritual do
Antigo Testamento, falava-se de utilidade, frutificação, beleza, vida
e transformação. Geralmente era usado como alimento, para
iluminação, lubrificação, cura, e alivio da pele. Da mesma maneira,
na ordem espiritual, o Espírito fortalece, ilumina, liberta, cura
e alivia a alma.
(f) Pomba.
A pomba, como símbolo, significa brandura,
doçura, amabilidade, inocência, suavidade, paz, pureza e
paciência. Entre os sírios é emblema dos poderes vivificantes da
natureza. Uma tradição judaica traduz Gên. 1:2 da seguinte
maneira. "O Espírito de Deus como pomba pousava sobre as
águas." Cristo falou da pomba como a encarnação da simplicidade,
uma das belas características dos seus discípulos.
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