ESSÊNCIA, NATUREZA DE DEUS
Quando falamos em essência de Deus, queremos significar tudo o
que é essencial ao Seu Ser como Deus, isto é, substância e atributos.
SUBSTÂNCIA DE DEUS
Há duas substâncias : matéria e espírito.
Deus é uma substância simples : A substância de Deus é puro
espírito, sem mistura com a matéria (João 4:24).
ATRIBUTOS DE DEUS
Sua substância é Espírito e Seus atributos são as qualidades ou
propriedades dessa substância. Atributos é a manifestação do Ser de Deus.
Compreender a Deus em sua plenitude seria tão difícil como
encerrar o Oceano Atlântico numa xícara; mas ele se tem revelado
a si mesmo o suficiente para esgotar a nossa capacidade. A
classificação seguinte talvez nos facilite a compreensão :
Também chamados de "intransitivos e transitivos",
"incomunicáveis e comunicáveis", "absolutos e relativos", "negativos e
positivos" ou "imanentes e emanentes".
ATRIBUTOS NATURAIS
ATRIBUTOS NATURAIS
VIDA
Deus tem vida; Ele ouve, vê, sente e age, portanto é um Ser vivo
(João 10:10; Salmos 94:9,10; II Crônicas 16:9; Atos 14:15; I Tessalonicenses
1:9).
Quando a Bíblia fala do olho, do ouvido, da mão de Deus, etc., fala
metaforicamente. A isto se dá o nome de antropomorfismo. Deus é vida
(João 5:26; 14:26) e o princípio de vida (Atos 17:25,28).
ESPIRITUALIDADE
Deus, sendo Espírito, é incorpóreo, invisível, sem substância
material, sem partes ou paixões físicas e, portanto, é livre de todas as
limitações temporais (João 4:24; Deuteronômio 4:15-19,23; Hebreus 12:9; Isaías 40:25; Lucas 24:39; Colossenses 1:15; I Timóteo .1:17; II Coríntios
.3:17).
PERSONALIDADE
Existência dotada de auto-consciência e auto-determinação
(Êxodo 3:14; Isaías 46:11).
a) Volição ou vontade = querer (Isaías 46:10; Apocalipse 4:11).b) Razão ou intelecto = pensar (Isaías 14:24; Salmos 92:5; Isaías 55:8).
c) Emoção ou sensibilidade = sentir (Gêneses 6:6, I Reis 11:9,
Deuteronômio 6:15; Provérbios 6:16; Tiago 4:5).
TRI-UNIDADE : UNIDADE DE SER
Há no Ser divino apenas uma essência indivisível. Deus é um em
sua natureza constitucional.
A palavra hebraica que significa um no sentido
absoluto é yacheed (Gêneses 22:2), isto é, uma unidade numérica simples.
Essa palavra não é empregada para expressar a unidade da divindade.
A
unidade da divindade é ensinada nas palavras de Jesus: Eu e o Pai somos
um. (João 10:30).
Jesus está falando da unidade da essência e não de unidade de
propósito. (João 17:11,21-23, I João 5:7).
TRINDADE DE PERSONALIDADE
Há três Pessoas no Ser divino: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
A
palavra hebraica que significa um no sentido de único é (echad) que se refere
a uma unidade composta. Esta palavra é empregada para expressar a
unidade da divindade. Esta palavra é usada em Deuteronômio 6:4; Gêneses
2:24 e Zacarias 14:9 Veja também (Deuteronômio 4:35;32:39; I Crônicas
29:1; Isaías 43:10;44:6;45:5; I Reis 8:60; Marcos 10:9;12:29; I Coríntios 8:5,6;
I Timóteo .2:5; Tiago 2:19; João 17:3; Gálatas 3:20;Ef. 4:6).
ELOHIM - Este nome está no plural e não concorda com o verbo no singular
quando designativo de Deus (Gêneses 1:26;3:22; 11:6,7;20:13;48:15; Isaías
6:8)
HÁ DISTINÇÃO DE PESSOAS NA DIVINDADE - Algumas passagens mostram uma das Pessoas divinas se
referindo à outra (Gêneses 19:24; Oséias.1:7; Zacarias 3:1,2; II Timóteo
.1:18; Salmos 110:1; Hebreus 1:9).
AUTO EXISTÊNCIA
Um grande teólogo por nome Eusébio Sofrônio Jerônimo disse:
Deus é a origem de Si mesmo e a causa de Sua própria substância.
Jerônimo estava errado, pois Deus não tem causa de existência, pois não
criou a Si mesmo e não foi causado por outra coisa ou por Si mesmo; Ele
nunca teve início.
Ele é o Eterno EU SOU (Êxodo 3:14), portanto Deus é
absolutamente independente de tudo fora de Si mesmo para a continuidade
e perpetuidade de Seu Ser. Deus é a razão de sua própria existência
(João 5:26; Atos 17:24-28; I Timóteo .6:15,16).
INFINIDADE OU PERFEIÇÃO
É o atributo pelo qual Deus é isento de toda e qualquer limitação
em seu Ser e em seus atributos (Jó.11:7-10; Mateus 5:48). A infinidade de
Deus se contrasta com o mundo finito em sua relação tempo-espaço.
ETERNIDADE
A infinidade de Deus em relação ao tempo é denominada
eternidade. Deus é Eterno ( Salmos 90:2; 102:12,24-27; Salmos 93:2; Apocalipse 1:8; Deuteronômio 33:27; Hebreus 1:12). A eternidade de Deus
não significa apenas duração prolongada, para frente e para traz, mas sim
que Deus transcende a todas as limitações temporais (II Pedro 3:8)
existentes em sucessões de tempo.
Deus preenche o tempo. Nossa vida se divide em passado,
presente e futuro. Mas não há essa divisão na vida de Deus. Ele é o Eterno
EU SOU. Deus é elevado acima de todos os limites temporais e de toda a
sucessão de momentos, e tem a totalidade de sua existência num único
presente indivisível (Isaías 57:15).
IMENSIDÃO
A infinidade de Deus em relação ao espaço é denominada
imensidão ou imensidade. Deus é imenso (Grande ou Majestoso; Jó 36:5,26;
Jó.37:22,23; Jeremias 22:18; Salmos 145:3). Imensidão é a perfeição de
Deus pela qual Ele transcende (ultrapassa) todas as limitações espaciais e,
contudo está presente em todos os pontos do espaço com todo o seu Ser
PESSOAL (não é panteísmo).
A imensidão de Deus é intensiva e não extensiva, isto é, não
significa extensão ilimitada no espaço, como no panteísmo. A imensidão de
Deus é transcendente no espaço (intra-mundano ou imanente = dentro do
mundo – Salmos 139:7-12; Jeremias 23:23,24) e fora do espaço (supramundano = acima do mundo; extramundano = além do mundo;
emanente = fora do mundo - I Reis 8:27; Isaías 57:15).
ONIPRESENÇA
É quase sinônimo de imensidão: A imensidade denota a
transcendência no espaço enquanto que a onipresença denota a imanência
no espaço. Deus é imanente em todas as Suas criaturas e em toda a
criação.
A imanência não deve ser confundida com o panteísmo (tudo é
Deus) ou com o deísmo que ensina que Deus está presente no mundo
apenas com seu poder (per portentiam) e não com a essência e natureza de
ser Ser (per essentiam et naturam) e que age sobre o mundo à distância.
Deus ocupa o espaço repletivamente porque preenche todo o
espaço e não está ausente em nenhuma parte dele, mas tampouco está
mais presente numa parte que noutra (Salmos 139:11,12).
Deus ocupa o espaço variavelmente porque Ele não habita na
terra do mesmo modo que habita no céu, nem nos animais como habita nos
homens, nem nos ímpios como habita nos piedosos, nem na Igreja como
habita em Cristo (Isaías 66:1; Atos 17:27,28; Compare Efésios 1:23 com
Colossenses 2:9).
IMUTABILIDADE
É o atributo pelo qual não encontramos nenhuma mudança em
Deus, em sua natureza, em seus atributos e em seu conselho.
A "BASE" PARA A IMUTABILIDADE DE DEUS:
É Sua simplicidade, eternidade, auto-existência e perfeição.
1- Simplicidade porque sendo Deus uma substância simples, indivisível, sem
mistura, não está sujeito a variação (Tiago 1:17).
2- Eternidade porque Deus não está sujeito às variações e
circunstâncias do tempo, por isso Ele não muda (Salmos 102:26,27;
Hebreus 1:12 e 13:8).
3- Auto-existência porque uma vez que Deus não é
causado, mas existe em Si mesmo, então Ele tem que existir da forma como
existe, portanto sempre o mesmo (Êxodo 3:14).
4- E perfeição porque toda mudança tem que ser para melhor ou
pior e sendo Deus absolutamente perfeito jamais poderá ser mais sábio,
mais santo, mais justo, mais misericordioso, e nem menos. Por isso Deus é
imutável como a rocha (Deuteronômio 32:4).
IMUTABILIDADE NÃO SIGNIFICA IMOBILIDADE:
Nosso Deus é um Deus de ação e muito dinâmico (Isaías 43:13).
IMUTABILIDADE IMPLICA EM NÃO ARREPENDIMENTO :
Alguns versículos falam de Deus como se Ele se arrependesse
(Êxodo 32:14, II Samuel 24:16, Jeremias 18:8; Joel 2:13), trata-se de
antropomorfismo (Números 23:19; Romanos 11:29; I Samuel 15:29; Salmos
110:4).
IMUTABILIDADE DE DEUS EM SUA NATUREZA :
Deus é perfeito em sua natureza por isso não muda nem para
melhor nem para pior (Malaquias 3:6).
IMUTABILIDADE DE DEUS EM SEUS ATRIBUTOS :
Deus é imutável em suas promessas (I Reis 8:56; II Coríntios
.1:20); em sua misericórdia (Salmos 103:17; Isaías 54:10); em sua justiça
(Ezequiel 8:18); em seu amor (Gêneses 18:25,26).
ONISCIÊNCIA
Atributo pelo qual Deus, de maneira inteiramente única, conhece-se a Si próprio e a todas as coisas possíveis e reais num só ato eterno e
simples.
O conhecimento de Deus tem suas características :
É ARQUÉTIPO :
Deus conhece o universo como ele existe em Sua própria ideia
anterior à sua existência como realidade finita no tempo e no espaço; e este
conhecimento não é obtido de fora, como o nosso (Romanos 11:33,34).
É INATO E IMEDIATO :
Não resulta de observação ou de processo de raciocínio (Jó
37:16)
É SIMULTÂNEO :
Não é sucessivo, pois Deus conhece as coisas de uma vez em
sua totalidade, e não de forma fragmentada uma após outra (Isaías 40:28).
É COMPLETO :
Deus não conhece apenas parcialmente, mas plenamente
consciente (Salmos 147:5).
CONHECIMENTO NECESSÁRIO : Conhecimento que Deus tem de Si mesmo e de todas as coisas
possíveis, um conhecimento que repousa na consciência de sua
onipotência. É chamado necessário porque não é determinado por uma ação
da vontade divina.
Por exemplo : O conhecimento do mal é um conhecimento
necessário porque não é da vontade de Deus que o mal lhe seja conhecido
(Habacuque 1:13) Deus não pode nem quer ver o mal, mas o conhece, não
por experiência, que envolve uma ação de Sua vontade, mas sim por
simples inteligência, por ser ato do intelecto divino (observa II Coríntios 5:21
onde o termo grego "ginosko" é usado).
CONHECIMENTO LIVRE :
É aquele que Deus tem de todas as coisas reais, isto é, das
coisas que existiram no passado, que existem no presente e existirão no
futuro. É também chamado "visionis", isto é, conhecimento de vista.
PRESCIÊNCIA :
Significa conhecimento prévio; conhecimento de antemão. Como
Deus pode conhecer previamente as ações livres dos homens ? Deus
decretou todas as coisas, e as decretou com suas causas e condições na
exata ordem em que ocorrem, portanto sua presciência de coisas contingentes (I Samuel 23:12; II Reis 13:19; Jeremias 38:17-20; Ezequiel 3:6
e Mateus 11:21) apoia-se em seu decreto.
Deus não originou o mal, mas o conheceu nas ações livres do
homem (conhecimento necessário), o decretou e pré conheceu os homens.
Portanto a ordem é: conhecimento necessário, decreto, presciência.
A
presciência de Deus é muito mais do que saber o que vai acontecer no
futuro, e seu uso no Novo Testamento é empregado como na LXX que inclui
Sua escolha efetiva (Números 16:5; Juízes 9:6; Amós 3:2).
Veja Romanos 8:29; I Pedro 1:2; Gálatas 4:9. Como se processou
o conhecimento necessário de Deus nas livres ações dos homens antes
mesmo que Ele as decretasse ?
A liberdade humana não é uma coisa
inteiramente indeterminada, solta no ar, que pende numa ou noutra direção,
mas é determinada por nossas próprias considerações intelectuais e caráter
(lubentiarationalis = auto-determinação racional). Liberdade não é
arbitrariedade e em toda ação racional há um porquê, uma razão que decide
a ação.
Portanto o homem verdadeiramente livre não é o homem incerto e
imprevisível, mas o homem seguro.
A liberdade tem suas leis - leis
espirituais - e a Mente Onisciente sabem quais são (João 2:24,25).
Em
resumo, a presciência é um conhecimento livre (scientia libera) e,
logicamente procede do decreto, "... segundo o decreto sua vontade"
(Efésios 1:11).
SABEDORIA
A sabedoria de Deus é a Sua inteligência como manifestada na
adaptação de meios e fins. Deus sempre busca os melhores fins e os
melhores meios possíveis para a consecução dos seus propósitos. H.B.
Smith define a sabedoria de Deus como o Seu atributo através do qual Ele
produz os melhores resultados possível com os melhores meios possíveis
Uma definição ainda melhor há de incluir a glorificação de Deus:
Sabedoria é a perfeição de Deus pela qual Ele aplica o seu conhecimento à
consecução dos seus fins de um modo que o glorifica o máximo (Romanos 11:33-36; Efésios 1:11,12; Colossenses 1:16).
Encontramos a sabedoria de Deus na criação (Salmos 19:1-7;
Salmos 104), na redenção ( I Coríntios 2:7; Efésios 3:10) .
A sabedoria é
personificada na Pessoa do Senhor Jesus (Provérbios 8 e I Coríntios 1:30;
Jó.9:4; veja também Jó 12:13,16).
É o atributo pelo qual encontramos em Deus o poder ilimitado para fazer qualquer coisa que Ele queira.
A onipotência de Deus não significa o exercício para fazer aquilo que é incoerente com a natureza das coisas, como, por exemplo, fazer que um fato do passado não tenha acontecido, ou traçar entre dois pontos uma linha mais curta do que uma reta. Deus possui todo o poder que é coerente com Sua perfeição infinita, todo o poder para fazer tudo aquilo que é digno d’Ele.
HODGE E SHEDD - Definem o poder absoluto de Deus como a eficiência divina, exercida sem a intervenção de causas secundárias, e o poder ordenado como a eficiência de Deus, exercida pela ordenada operação de causas secundárias.
CHANOCK - Define o poder absoluto como aquele pelo qual Deus é capaz de fazer o que Ele não fará, mas que tem possibilidade de ser feito, e o poder ordenado como o poder pelo qual Deus faz o que decretou fazer, isto é, o que Ele ordenou ou marcou para ser posto em exercício; os quais não são poderes distintos, mas um e o mesmo poder.
O seu poder ordenado é parte do seu poder absoluto, pois se Ele não tivesse poder para fazer tudo que pudesse desejar, não teria poder para fazer tudo o que Ele deseja. Podemos, portanto, definir o poder ordenado de Deus como a perfeição pela qual Ele, mediante o simples exercício de Sua vontade, pode realizar tudo quanto está presente em Sua vontade ou conselho.
E' óbvio, porém, que Deus pode realizar coisas que a Sua vontade não desejou realizar (Gêneses 18:14; Jeremias 32:27; Zacarias 8:6; Mateus 3:9; Mateus 26:53).
Entretanto há muitas coisas que Deus não pode realizar: Ele não pode mentir, pecar, mudar ou negar-se a Si mesmo (Números 23:19; I Samuel 15:29; II Timóteo 2:13; Hebreus 6:18; Tiago 1:13,17; Hebreus 1:13; Tito 1:3), isto porque não há poder absoluto em Deus, divorciado de Sua perfeições, e em virtude do qual Ele pudesse fazer todo tipo de coisas contraditórias entre Si (Jó 11:7).
EL-SHADDAI - A onipotência de Deus se expressa no nome hebraico El-Shaddai traduzido por Todo-Poderoso (Gêneses 17:1; Êxodo 6:3; Jó.37:23 etc.)
EM TODAS AS COISAS: A onipotência de Deus abrange todas as coisas (I Crônicas 29:12), o domínio sobre a natureza (Salmos 107:25-29; Naum 1:5,6; Salmos 33:6-9; Isaías 40:26; Mateus 8:27; Jeremias 32:17;Romanos 1:20), o domínio sobre a experiência humana (Salmos 91:1; Daniel 4:19-37; Êxodo 7:1-5; Tiago 4:12-15; Provérbios .21:1; Jó 9:12; Mateus 19:26; Lucas 1:37), o domínio sobre as regiões celestiais (Daniel 4:35; Hebreus 1:13,14; Jó 1:12; Jó 2:6)
NA CRIAÇÃO, NA PROVIDÊNCIA E NA REDENÇÃO : Deus manifestou o seu poder na criação (Romanos 4:17; Isaías 44:24), nas obras da providência (I Crônicas 29:11,12) e na redenção (Romanos 1:16; I Coríntios 1:24).
Atributo pelo qual Deus possui completa autoridade sobre todas as coisas criadas, determinando-lhe o fim que desejar (Gêneses 14:19; Neemias 9:6; Êxodo 18:11; Deuteronômio 10:14,17; I Crônicas 29:11; II Crônicas 20:6; Jeremias 27:5; Atos 17:24-26; Judas 4; Salmos 22:28; 47:2,3,8; 50:10-12; 95:3-5; 135:5; 145:11-13; Apocalipse 19:6).
A perfeição de Deus pela qual Ele, num ato sumamente simples, dirige-se à Si mesmo como o Sumo Bem (deleita-se em Si mesmo como tal) e às Suas criaturas por amor do Seu nome (Isaías 48:9,11,14; Ezequiel 20:9,14,22,44; Ezequiel 36:21-23).
A vontade de Deus recebe variadas classificações, pois à ela são aplicadas diferentes palavras hebraicas (chaphets, tsebhu, ratson) e gregas (boule, thelema).
VONTADE PRECEPTIVA - Na qual Deus estabeleceu preceitos morais para reger a vida de Suas criaturas racionais. Esta vontade pode ser desobedecida com freqüência (Atos 13:22; I João 2:17; Deuteronômio 8:20).
VONTADE DECRETÓRIA - Pela qual Deus projeta ou decreta tudo o que virá a acontecer, quer pretenda realizá-lo causativamente, quer permita que venha a ocorrer por meio da livre ação de suas criaturas (Atos 2:23; Isaías 46:9-11).
VONTADE DE EUDOKIA - Na qual Deus deleita-se com prazer em realizar um fato e com desejo de ver alguma coisa feita. Esta vontade, embora não se relacione com o propósito de fazer algo, mas sim com o prazer de fazer algo, contudo corresponde àquilo que será realizado com certeza, tal como acontece com a vontade decretória (Salmos 115:3; Isaías 44:28; Isaías 55:11).
VONTADE DE EURESTIA - Na qual Deus deleita-se com prazer ao vê-la cumprida por Suas criaturas. Esta vontade abrange aquilo que a Deus apraz que Suas criaturas façam, mas que pode ser desobedecido, tal como acontece com a vontade preceptiva (Isaías 65:12).
A Vontade de Eudokia não se refere somente ao bem, e nela não está sempre presente o elemento de deleite (Mateus 11:26). A vontade de Eudokia e a vontade de Eurestia relacionam-se ao prazer em realizar algo.
VONTADE DE BENEPLACITUM - Também chamada Vontade Secreta. Abrange todo o conselho secreto e oculto de Deus. Quando esta vontade nos é revelada, ela torna-se na Vontade do Signum ou Vontade Revelada. A distinção entre a vontade de beneplacitum e a vontade de signum encontra-se em Deuteronômio.29:29.
A VONTADE SECRETA - É mencionada em Salmos 115:3; Daniel 4:17,25,32,35; Romanos 9:18,19; Romanos 11:33,34; Efésios 1:5,9,11, enquanto que a vontade revelada é mencionada em Mateus 7:21; Mateus 12:50; João 4:34; João 7:17; Romanos 12:2. Esta vontade está mui perto de nós (Deuteronômio 30:14; Romanos 10:8).
A vontade secreta de Deus pertence a todas as coisas que Ele quer efetuar ou permitir, tal como acontece na vontade decretória, sendo portanto, absolutamente fixa e irrevogável.
LIBERDADE - A perfeição de Deus no exercício de Sua vontade. Deus age necessária e livremente. Assim como há conhecimento necessário e conhecimento livre, há também uma voluntas necessária = vontade necessária e uma voluntas libera = vontade livre.
Na vontade necessária Deus não está sob nenhuma compulsão, mas age de acordo com a lei do Seu Ser, pois Ele necessariamente quer a Si próprio e quer a Sua natureza santa.
ONIPOTÊNCIA
A onipotência de Deus não significa o exercício para fazer aquilo que é incoerente com a natureza das coisas, como, por exemplo, fazer que um fato do passado não tenha acontecido, ou traçar entre dois pontos uma linha mais curta do que uma reta. Deus possui todo o poder que é coerente com Sua perfeição infinita, todo o poder para fazer tudo aquilo que é digno d’Ele.
O poder de Deus é distinguido de duas maneiras :
1- Potentia Dei absoluta = absoluto poder de Deus
2- Potentia Dei ordinata = poder ordenado de Deus.
CHANOCK - Define o poder absoluto como aquele pelo qual Deus é capaz de fazer o que Ele não fará, mas que tem possibilidade de ser feito, e o poder ordenado como o poder pelo qual Deus faz o que decretou fazer, isto é, o que Ele ordenou ou marcou para ser posto em exercício; os quais não são poderes distintos, mas um e o mesmo poder.
E' óbvio, porém, que Deus pode realizar coisas que a Sua vontade não desejou realizar (Gêneses 18:14; Jeremias 32:27; Zacarias 8:6; Mateus 3:9; Mateus 26:53).
Entretanto há muitas coisas que Deus não pode realizar: Ele não pode mentir, pecar, mudar ou negar-se a Si mesmo (Números 23:19; I Samuel 15:29; II Timóteo 2:13; Hebreus 6:18; Tiago 1:13,17; Hebreus 1:13; Tito 1:3), isto porque não há poder absoluto em Deus, divorciado de Sua perfeições, e em virtude do qual Ele pudesse fazer todo tipo de coisas contraditórias entre Si (Jó 11:7).
Deus faz somente aquilo que quer fazer (Salmos 115:3; Salmos 135:6).
SOBERANIA OU SUPREMACIA
VONTADE OU AUTO-DETERMINAÇÃO
A vontade de Deus recebe variadas classificações, pois à ela são aplicadas diferentes palavras hebraicas (chaphets, tsebhu, ratson) e gregas (boule, thelema).
A vontade decretória é sempre obedecida.
A vontade decretória e a vontade preceptiva relacionam-se ao propósito em realizar algo.A vontade secreta de Deus pertence a todas as coisas que Ele quer efetuar ou permitir, tal como acontece na vontade decretória, sendo portanto, absolutamente fixa e irrevogável.
Na vontade necessária Deus não está sob nenhuma compulsão, mas age de acordo com a lei do Seu Ser, pois Ele necessariamente quer a Si próprio e quer a Sua natureza santa.
Deus necessariamente se ama a Si próprio e Suas perfeições.
As Suas criaturas são objetos de Sua vontade livre, pois Deus determina voluntariamente o que e quem Ele criará; e os tempos, lugares e circunstâncias de suas vidas. Ele traça as veredas de todas as Suas criaturas, determina o seu destino e as utiliza para Seus propósitos (Jó.ll:10; Jó23:13,14; Jó33:13. Provérbios 16:4; Provérbios 21:1; Isaías 10:15; Isaías 29:16; Isaías 45:9; Mateus 20:15; Apocalipse 4:11; Romanos 9:15-22; I Coríntios 12:11).
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